Secretário da Fazenda diz que Pernambuco está no caminho certo para reequilibrar as contas

Secretário da Fazenda diz que Pernambuco está no caminho certo para reequilibrar as contas
Saiu na Imprensa

Recuperar Capacidade de Pagamento (Capag) do Estado para 2025, saindo da classificação C para a B e assim reestabelecer o equilíbrio nas contas é um dos principais objetivos da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) para este ano. Com a queda de R$ 3.6 bilhões na arrecadação (entre 2022 e 2023), provocada pelas Leis Complementares 192 e 194, – que reduziram o imposto das chamadas blue chips-, o Estado teve a nota rebaixada de B para C.

Com a política de contenção dos gastos adotada em 2023, que gerou uma economia de aproximadamente R$ 700 milhões, o secretário da pasta, Wilson José de Paula está otimista quanto à retomada, tento em vista que as contas foram organizadas e equilibradas com base no Raio-X do cenário do ano passado.

O aumento na alíquota modal do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de 18% para 20.5% foi a estratégia que a gestão encontrou para compensar a perda de receita e, ao mesmo tempo, garantir que o Estado mantivesse de 2024 a 2028 uma média de arrecadação compatível com os níveis anteriores às LC 192 e 194. Essa mesma alíquota servirá de parâmetro na definição do volume de repasses de Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS), que será discutida mais adiante, através de Lei Complementar, dentro do processo da Reforma Tributária.

A composição da alíquota, segundo o secretário, é o que vai garantir recursos para bancar investimentos, juntos com os recursos das operações de crédito. A classificação da Capag reflete o desempenho das contas do estado no ano anterior, neste caso, o cenário está sendo desenhado com os números de 2023.

O secretário contou que, em fevereiro do ano passado, quando teve acesso a toda contabilidade de 2022, entendeu de pronto que o Estado perderia a nota da Capag, em outubro de 2023. Sem ter como alterar a realidade posta, o jeito foi correr contra o tempo, aproveitando os últimos instantes da classificação B para solicitar o empréstimo de R$ 3,4 bilhões, sendo R$ 950 milhões liberados pelo Banco do Brasil, que já estão sendo aplicados. Os demais recursos foram disponibilizados pela Caixa Econômica e serão destinados a projetos na área de infraestrutura, segurança, saúde, moradia e educação.

O montante trouxe fôlego para as finanças do Estado, criando margem para a recuperação da nota, visando novos investimentos para o ano que vem. “Em 2025, estamos trabalhando para retomar uma Capag estruturada e definitiva para o Estado e não, apenas, para a Gestão”, disse empolgado.

Hoje, Pernambuco tem uma das menores capacidades de endividamento do País, que prevê até 200% da receita corrente líquida. E mesmo garantindo que estamos bem nesse sentido, o secretário fala sobre a importância do Estado começar a criar uma poupança, já neste ano, o que seria uma iniciativa inédita. A poupança, além de ser uma reserva para investimentos, é um instrumento que impacta positivamente na avaliação da saúde Fiscal do Estado e colabora para manter uma boa nota na Capag de forma estruturante.

“Em algum momento a gente tem que construir uma poupança própria. Obviamente, você faz uma operação de crédito, é normal. Mas isso tem um custo, tem o serviço da dívida, por exemplo. Entre 2021 e 2022, Pernambuco fez operações de crédito significativas, mais de R$ 2 bilhões naquela época e a gente tá pagando essa conta agora, considerando a carência de 1 ano. E está tudo bem, era a saída que se encontrou para equilibrar as contas naquele período”, explicou, reforçando ainda que o Estado segue no caminho certo para o reequilíbrio das contas.

“Fizemos operação de crédito, num espaço possível, fizemos um realinhamento da receita, recompondo a receita histórica de Pernambuco. E fizemos, com base nisso, um orçamento verdadeiro, técnico, justo e fundamentalmente um orçamento que traduz o plano de governo da governadora Raquel Lyra, que foi o plano aprovado nas urnas. Então, o orçamento de 2024 está alinhado com o que foi comprometido com os pernambucanos.